(Esse texto foi escrito num primeiro dia de sol após quase um mês inteiro cinza chumbo. Maio encheu a gente de chumbo sem dar tempo de tentar se levantar. Desprevenidos, a gente aprendeu a contar com quem nunca precisou e precisou ser ser braço e abraço numa rede infinita que se estendeu até o olho ficar bem pequenininho pra enxergar e deixar correr lágrima. Foi tempo de muita água fora e de dentro pra fora. E nunca secou).
O sol sempre foi o meu amor. Hoje, mais do que nunca. Que saudade.
Há quase um mês a gente vive nesse pesadelo cinza e úmido. A sensação é que nunca termina e que se vive o mesmo dia todo dia e mais um dia.
São tantas dores e camadas de (des)informações que o mental não dá mais conta e pressiona o emocional que já desistiu de peitar o mundo. Tá tudo tão triste.
Como eu nunca vi.
Olhar pra nossa tristeza gera culpa. É fato dado. “Tem tanta gente perdendo tudo…”, diz o pensamento em looping a todo momento. Respira. Mais uma vez.
E segue o exercício diário de assimilar que cada um sabe das suas dores. Mas que a dor do outro dói muito em mim e que quando ela é coletiva, como é que faz pra se erguer e erguer você? Respira. Mais uma vez. Se acolhe e assim vai acolher o mundo.
Será que chove? JORRA!
Ampara, apoia e aprende um pouco mais sobre esse monte de coisas que a gente tá sentindo. No coletivo a gente se ergue, eu sempre soube.
E o sol nunca foi tão esperado.
Já tenho um sorriso aqui guardado pra ele em algum lugar. Só tenho que procurar.
Me cuida, te cuido, se cuida, cuidamos.
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